Atualizado às 19 de novembro de 2025 06:18

Mudança no mercado de carbono será divisor de águas, diz Itaú BBA

O mercado de carbono brasileiro entra em nova fase com impacto decisivo para a economia.

Por Renan DiasPublicado em 19 de novembro de 202506:18 BRT
Gráfico mostrando a evolução do mercado de carbono no Brasil com setores econômicos representados.

Durante evento em São Paulo no dia 19 de novembro, o diretor do Itaú BBA, Carlos Alberto Nunes, classificou o novo mercado brasileiro de carbono como “divisor de águas”. Ele alertou que o sistema de comércio de emissões que será votado no Congresso muda preços, margens e o acesso a crédito.

A fala ocorreu em painel fechado com clientes e foi confirmada pela Exame e por executivos presentes.

TL;DR

  • B3 reporta R$ 1,2 bilhão movimentado em créditos de carbono em 2025, antes mesmo da regulação final.
  • 350 empresas brasileiras já possuem projetos certificados e disputarão um mercado estimado em R$ 10 bi até 2030.
  • Bancos exigirão planos de descarbonização para conceder financiamentos a setores de alto impacto.

Contexto ampliado

O projeto de lei do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE) entra em reta final e deverá precificar cada tonelada de CO₂ emitida acima do limite setorial. Para Carlos Alberto, isso muda o valuation de empresas intensivas em carbono.

O banco estrutura uma mesa dedicada a créditos de carbono e aconselha clientes a mapear emissões Scopes 1, 2 e 3 antes que o regulador imponha metas obrigatórias.

Números e indicadores

  • R$ 1,2 bilhão transacionado em créditos voluntários na B3 em 2025.
  • 350 empresas com projetos certificados pelo MMA.
  • R$ 10 bilhões é o potencial anual do mercado regulado estimado pelo Itaú BBA para 2030.
  • Preço indicativo inicial: R$ 90 por tonelada de CO₂ excedente, segundo minuta do SBCE.

Impacto para empresas

Indústrias de aço, cimento e petroquímica terão de reportar emissões trimestralmente e comprar créditos se ultrapassarem o teto. Cadeias agroexportadoras podem monetizar projetos de reflorestamento e agricultura regenerativa.

Bancos passarão a atrelar spreads a metas de descarbonização, enquanto investidores estrangeiros exigem transparência ESG antes de aportar recursos.

Próximos passos

O Senado vota o SBCE em dezembro; se aprovado, o Ministério do Meio Ambiente publicará regras de monitoramento em 90 dias. A B3 prepara leilões-piloto para o segundo trimestre de 2026.

Empresas devem formar squads multidisciplinares com jurídico, sustentabilidade e finanças para definir inventário de emissões, estratégias de redução e carteira de créditos confiáveis.

Fontes consultadas

Fonte original: Examever publicação

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