Atualizado às 19 de novembro de 2025 06:21

Mudança no mercado de carbono será divisor de águas, diz Itaú BBA

A nova dinâmica do mercado de carbono no Brasil será decisiva para o setor corporativo, segundo Itaú BBA.

Por Renan DiasPublicado em 19 de novembro de 202506:21 BRT
Conferência sobre mercado de carbono com painel de especialistas discutindo gráficos e dados em fundo verde.

No painel da FIESP de 19 de novembro de 2025, o diretor de Sustentabilidade do Itaú BBA, Fernando Almeida, classificou o mercado brasileiro de carbono como “divisor de águas” para o setor corporativo. Ele ressaltou que empresas que anteciparem planos de descarbonização terão vantagem competitiva em crédito e exportações.

O comentário veio enquanto o governo finaliza o decreto do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE) e amplia a pressão internacional por cadeias limpas.

TL;DR

  • SBCE entra em fase final e criará obrigação de compensar emissões acima do limite setorial.
  • Bacen estima potencial de R$ 100 bilhões em transações de carbono até 2030.
  • Bancos e investidores usarão preço de carbono para definir crédito e valuation.

Contexto ampliado

O Brasil combina vasto potencial de florestas e energia renovável, mas carece de regras claras para monetizar créditos em larga escala. O decreto do SBCE definirá quem precisará comprar ou vender créditos, como serão medidos e quais setores entram primeiro.

Empresas exportadoras precisam alinhar inventários de emissões com exigências de parceiros europeus, que já aplicam taxações em fronteira para produtos com alto carbono incorporado.

Números e indicadores

  • R$ 100 bilhões: volume de transações possível até 2030, segundo Banco Central.
  • 2.000 projetos de compensação estão em fase de validação no MMA.
  • R$ 90/tonelada: valor de referência discutido para a fase inicial do SBCE.
  • 25% das empresas listadas na B3 já reportam emissões escopo 1 e 2, conforme levantamento do banco.

Impacto para executivos

Quem lidera setores intensivos em carbono precisa mapear emissões, definir metas e planejar compras de créditos. Cadeias agroindustriais e de infraestrutura podem gerar receita adicional certificando áreas de preservação e projetos de captura.

Investidores institucionais vão usar o preço de carbono como fator de desconto em valuations; companhias atrasadas pagarão juros mais altos.

Próximos passos

O Ministério do Meio Ambiente pretende publicar o decreto do SBCE até o fim do 1º trimestre de 2026. Em paralelo, a FIESP organizará workshops para orientar indústrias quanto a inventários e certificações.

Empresas devem montar governança climática, revisar contratos com fornecedores e incluir cláusulas de emissões em novos acordos comerciais.

Fontes consultadas

Fonte original: Itaú BBAver publicação

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