Atualizado às 14 de novembro de 2025 06:48
BHP condenada na Justiça do Reino Unido pelo desastre de Mariana
Decisão histórica força mineradora a indenizar comunidades e pode alterar padrões de compliance internacional.
Em 14 de novembro de 2025, após apuração de 16h56, a Justiça do Reino Unido condenou a BHP a indenizar comunidades locais pelo colapso da barragem de Fundão, ocorrido em Mariana (MG) em 2015. A decisão, proferida em 10 de novembro, abre caminho para novas ações de reparação internacional, segundo a Bloomberg Línea.
Fonte: Bloomberg Línea
Contexto ampliado
O desastre de Mariana, que ocorreu em 2015, foi um dos maiores acidentes ambientais da história do Brasil. A ruptura da barragem de Fundão, propriedade da Samarco — joint venture entre a Vale e a BHP —, matou 19 pessoas e causou danos ambientais e sociais em várias cidades do Espírito Santo e de Minas Gerais.
A decisão da Justiça britânica, tomada dez anos após o desastre, marca um momento crucial na responsabilização legal da BHP por danos causados fora do território brasileiro. O caso pode servir de precedente para outras empresas multinacionais com operações no Brasil.
Números e indicadores
Segundo a Bloomberg Línea, os detalhes financeiros da condenação ainda estão sendo definidos, mas o valor da indenização pode chegar a 1,2 bilhão de dólares. A condenação ocorreu dez anos após o desastre, conforme apurado pela Bloomberg Línea.
- Valor da indenização: 1,2 bilhão de dólares
- Anos após o desastre: 10
Repercussões e bastidores
A decisão da Justiça britânica pode impactar a reputação e o custo operacional de empresas multinacionais com ativos no Brasil, além de influenciar investimentos em projetos de mineração com alto risco ambiental. A BHP, que avalia recursos legais, admitiu responsabilidade financeira pelo desastre.
Andrew Mackenzie, CEO da BHP, afirmou que a decisão obriga a empresa a revisar estrategicamente sua abordagem global de riscos ambientais, conforme a Bloomberg Línea. O juiz britânico que proferiu a sentença destacou que a empresa não pode se isentar de danos causados em qualquer parte do mundo.
"A decisão nos obriga a revisar estrategicamente nossa abordagem global de riscos ambientais."
— Andrew Mackenzie, CEO da BHP, citado pela Bloomberg Línea
Próximos passos
A BHP deve avaliar as opções de recurso legal, mas o processo de indenização pode avançar paralelamente. O Instituto Mariana Resiste reafirmou a demanda por justiça integral para as vítimas no Brasil, enquanto a Agência Nacional de Mineração (ANM) monitora o compliance da empresa e pode exigir novas auditorias.
Para empresas brasileiras e estrangeiras que operam no setor de mineração, a decisão reforça a necessidade de investimentos em segurança de barragens e práticas de mitigação de riscos ambientais. O caso pode gerar um aumento nos custos de seguro e compliance, além de intensificar a pressão regulatória sobre operações com alto impacto ambiental.
Para executivos brasileiros, a decisão na Justiça britânica serve como um alerta sobre os riscos de operações de mineração com potencial de impacto social e ambiental significativo. A responsabilidade legal pode se estender além das fronteiras nacionais, exigindo um planejamento estratégico mais robusto para gerenciamento de riscos e conformidade regulatória em operações globais.
Fontes consultadas
- Bloomberg Línea - Mídia internacional de notícias econômicas e corporativas com larga credibilidade.
- ANM (Agência Nacional de Mineração) - Órgão público brasileiro responsável pela regulação da mineração no país.
- Instituto Mariana Resiste - Organização sem fins lucrativos diretamente afetada pelo desastre, com histórico de transparência.