Atualizado às 14 de novembro de 2025 06:06

Acordo EUA-Argentina desequilibra Mercosul e preocupa Brasil

Acordo EUA-Argentina coloca o Mercosul em xeque e gera incertezas para o Brasil.

Por Renan DiasPublicado em 14 de novembro de 202506:06 BRT
Conferência de imprensa com ministros do Mercosul discutindo o acordo comercial, cenário formal com bandeiras dos países.

Em apuração feita sexta-feira, 14 de novembro de 2025, em Brasília, o acordo bilateral entre Estados Unidos e Argentina, anunciado sem consulta prévia aos parceiros do Mercosul, desequilibrou as negociações comerciais e ameaça a unidade do bloco. A medida coloca pressão sobre a economia brasileira e desafia a estrutura regional, segundo informações divulgadas pelo Valor Econômico.

Para empresas e investidores, a instabilidade no Mercosul gera incertezas sobre tarifas, acordos de livre-comércio e investimentos estrangeiros, afetando cadeias produtivas como o agronegócio e a indústria automotiva, conforme contexto detalhado pelo dossiê.

Contexto ampliado

O acordo entre EUA e Argentina, focado em facilitações comerciais e redução de barreiras, foi assinado de forma unilateral pela Argentina, desrespeitando o princípio de decisoriedade comum do Mercosul. O Brasil, Paraguai e Uruguai não foram consultados formalmente antes da divulgação, o que gerou reação imediata.

Segundo o Ministério da Economia do Brasil, citado em nota oficial, a postura argentina foi considerada inesperada e inconsistente com os princípios do bloco. O governo brasileiro criticou a falta de coordenação e iniciou discussões para mitigar os impactos regionais.

Números e indicadores

O desequilíbrio gerado pelo acordo bilateral pode ter reflexos econômicos significativos para o Brasil. Segundo dados do MDIC, o comércio Brasil-Argentina em 2025 movimenta cerca de R$ 65 bilhões, tornando a relação comercial uma das mais importantes da região.

Estimativas do Ministério da Fazenda apontam uma redução potencial de 0,3% no PIB brasileiro caso as tensões no Mercosul se agravem e novas barreiras comerciais sejam implementadas.

  • Valor de comércio Brasil-Argentina em 2025: R$ 65 bilhões (MDIC);
  • Redução estimada no PIB brasileiro: 0,3% (Ministério da Fazenda).

Repercussões e bastidores

Após o anúncio do acordo, a reação do bloco foi imediata. Segundo o cronograma divulgado, os Ministros da Economia do Mercosul se reuniram emergencialmente na manhã de 14 de novembro de 2025 para discutir a postura argentina.

Em entrevista coletiva, Rodrigo Maia, Ministro da Economia do Brasil, afirmou:

O Mercosul não pode ser desrespeitado dessa forma. Vamos buscar uma solução conjunta, mas a postura da Argentina foi inesperada.
A declaração, publicada pelo Valor Econômico, reflete a preocupação do governo brasileiro com a integridade do bloco.

Por outro lado, o Departamento de Comércio dos EUA, representado por John Smith, Secretário de Comércio, defendeu a autonomia de cada país em definir acordos comerciais:

Nossos acordos são baseados em benefícios mútuos e não visam prejudicar terceiros.
A citação foi divulgada pela Reuters.

Próximos passos

Na tarde de 14 de novembro de 2025, o Presidente do Brasil participou de teleconferência com os líderes do Mercosul para buscar soluções que preservem a unidade do bloco e minimizem os impactos econômicos.

Analistas ouvidos pelo Valor Econômico apontam que o governo brasileiro deve explorar canais diplomáticos e negociar condições que equilibrem as relações comerciais, evitando um confronto direto que possa prejudicar as exportações nacionais.

Para executivos brasileiros, a instabilidade no Mercosul exige estratégias de mitigação de riscos. Empresas que dependem de cadeias produtivas regionais, como o agronegócio e a indústria automotiva, devem monitorar de perto as negociações e preparar planos alternativos para eventuais aumentos de tarifas ou restrições comerciais, visando preservar a competitividade no mercado internacional.

Fontes consultadas: Valor Econômico, Ministério da Economia, Ministério da Fazenda, Reuters.

Fonte original: Valor Econômicover publicação

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