Guia Prático de Economia Circular: Reduza Custos e Alcance Neutralidade de Carbono em 12 Meses

Economia Circular na Prática: Plano de Neutralização de Carbono para Indústrias Leves

As indústrias leves, que compõem cerca de 60 % das cadeias de produção em muitos países emergentes, enfrentam pressões crescentes para reduzir emissões e otimizar recursos. Muitas dessas empresas ainda pensam em neutralizar carbono apenas por meio de créditos ecológicos ou campanhas de marketing, sem integrar a economia circular em sua operação diária. Este artigo oferece um roteiro passo a passo, baseado em estudos de caso reais, que mostra como transformar a neutralização de carbono em uma oportunidade de crescimento: mais eficiência, novos fluxos de receita e vantagem competitiva no mercado. Em menos de 12 meses, você poderá alinhar suas metas de sustentabilidade com resultados financeiros tangíveis, usando indicadores de performance claros e um plano de ação acionável que qualquer PME pode adaptar.

TL;DR

  • Estabeleça metas de emissões com base em benchmarking sectorial.
  • Mapeie fluxos de matéria-prima para identificar pontos de reutilização.
  • Implemente contratos de produção fechada com fornecedores locais.
  • Adote indicadores de eficiência energética (kWh/kg produzido).
  • Monitore e reporte resultados via plataforma digital em tempo real.

Framework passo a passo

Passo 1: Passo 1 – Diagnóstico de Emissões

Concretize a base de carbono usando o GHG Protocol e crie um inventário de Scope 1, 2 e 3. Use esse inventário como referência para definir metas percentuais de redução nas próximas 3–5 anos.

Exemplo prático: A fábrica de componentes eletrônicos XYZ reduziu Scope 1 em 25 % em um ano ao substituir motores a combustão por sistemas elétricos de baixa potência.

Passo 2: Passo 2 – Mapeamento de Ciclo de Vida

Analise cada etapa do ciclo de vida do produto (extração, produção, distribuição, uso e fim de vida) para identificar pontos de desperdício e oportunidades de circularidade.

Exemplo prático: Na indústria têxtil, a fase de pós-consumo revelou que 35 % das fibras retornadas podiam ser recicladas em novos fios de alta qualidade.

Passo 3: Passo 3 – Contratos de Produção Fechada

Negocie com fornecedores acordos de produção fechada (closed-loop) que garantam que subprodutos sejam reutilizados dentro da cadeia.

Exemplo prático: A fabricante de embalagens PET firmou contrato com uma empresa de reciclagem local para transformar resíduos de plástico em matéria-prima de alta pureza.

Passo 4: Passo 4 – Eficiência Energética e Fontes Renováveis

Adote tecnologias de baixa potência, sistemas de recuperação de calor e fontes renováveis para reduzir Scope 2.

Exemplo prático: Instalação de painéis solares de 250 kWp reduziu em 60 % a demanda de energia elétrica da linha de montagem.

Passo 5: Passo 5 – Métricas de Desempenho e Controle

Defina KPIs como CO₂e/kg produzido, % de materiais reciclados e nível de eficiência energética. Monitore via dashboard em tempo real.

Exemplo prático: O KPI de CO₂e/kg passou de 1,8 kg para 1,2 kg em 8 meses, atingindo a meta de 30 % de redução.

Passo 6: Passo 5 – Métricas, Monitoramento e Comunicação

Define KPIs (kWh/kg, tCO₂e/receita) e usa plataforma digital para relatórios em tempo real, alinhando com GRI 305 e CDP.

Exemplo prático: Um dashboard integrado permite que o gerente de sustentabilidade verifique semanalmente a redução de 0,5 % abaixo da meta, ajustando processos imediatamente.

1. Diagnóstico de Emissões e Metas de Redução

O ponto de partida para qualquer plano de neutralização de carbono na indústria leve é a quantificação precisa das emissões. Utilizando a metodologia do GHG Protocol, as empresas devem medir suas emissões de Scope 1 (produção interna), Scope 2 (energia comprada) e Scope 3 (valor da cadeia). Este inventário fornece a base para estabelecer metas realistas, alinhadas com o Pacto Global da ONU e a meta 2050 de neutralidade. Na prática, a etapa de diagnóstico permite identificar gargalos e priorizar investimentos. Por exemplo, uma fábrica de componentes plásticos pode descobrir que 40 % das emissões residem na combustão de resíduos de produção. Essa descoberta abre caminho para a implementação de sistemas de recuperação de calor ou do uso de biocombustíveis, iniciativas que reduzem emissões e geram receita adicional ao vender calor excedente.

Além do inventário, o diagnóstico deve incluir benchmarking sectorial. Comparar indicadores de CO₂e/kg produzido com a média da indústria permite ajustar metas à realidade competitiva. Empresas que adotam benchmarks internos reduzem a variabilidade entre unidades, facilitando a consolidação de relatórios e a comunicação de resultados a investidores, clientes e órgãos reguladores. A prática recomendada é definir metas de curto (12 meses), médio (3 anos) e longo prazo (5 anos), com revisões trimestrais para garantir a adaptação a mudanças regulatórias e de mercado.

Uma meta bem estruturada incorpora fatores de risco e oportunidades, como flutuações nos preços de energia, avanços tecnológicos e incentivos fiscais. Por fim, a etapa de diagnóstico culmina em um plano de ação que descreve claramente os investimentos necessários, as fontes de financiamento (financiamento verde, subsídios, parcerias público‑privadas) e um cronograma de execução. Este plano serve como documento vivo, revisado a cada ciclo de desempenho.

O primeiro passo é compilar dados de todas as fontes de emissão, segregando por Scope 1, 2 e 3. Ferramentas como o GHG Protocol e softwares de auditoria de carbono facilitam a coleta e a normalização dos dados. Defina metas SMART (específicas, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e temporais) baseadas em benchmarks setoriais, como a meta de 20 % de redução em relação ao ano‑base. Documente o baseline, pois ele será a referência para medir progresso e justificar investimentos futuros.

Exemplo prático: A Indústria de Borrachas captou que seus processos de vulcanização geravam 9 tCO₂e, representando 15 % da emissão total. Ao instalar um sistema de recuperação de calor, reduziu 2,5 tCO₂e em 3 meses.

2. Mapeamento de Ciclo de Vida e Identificação de Fluxos de Materiais

A análise do ciclo de vida permite visualizar o fluxo completo de materiais, energia e emissões, desde a extração até o descarte. Para indústrias leves, o foco principal é a otimização dos fluxos de matéria‑prima e subprodutos. A etapa de mapeamento envolve a criação de diagramas de fluxo de materiais (MFLOW) que destacam pontos críticos de desperdício e de oportunidade de reutilização. Por meio de ferramentas de software LCA (Análise de Ciclo de Vida), empresas podem quantificar o potencial de redução de emissões em cada fase e avaliar o impacto financeiro de diferentes estratégias circulares.

Um estudo de caso da indústria de calçados exemplifica essa abordagem: ao mapear o ciclo de vida, a empresa identificou que 15 % do couro residual era descartado como resíduo. Ao criar parcerias com cooperativas locais de reciclagem de couro, transformaram esse resíduo em material de alta qualidade para a produção de solas de calçados de moda sustentável. A iniciativa reduziu emissões em 3 % no Scope 1 e gerou receita adicional de R$ 12 mil por tonelada de couro reciclado. Essa prática demonstra que a circularidade pode ser transformada em vantagem competitiva.

A fase de pós‑consumo requer atenção especial, pois muitos resíduos acabam em aterros sanitários, contribuindo para a emissão de metano (Scope 3). Implantar programas de coleta seletiva e contratos de compra de resíduos recicláveis pode fechar o ciclo de produção, mantendo os materiais no mercado. Estratégias como o uso de embalagens retornáveis, redes de logística reversa e acordos de compra de resíduos com fornecedores de energia renovável são práticas que reduzem emissões e aumentam a resiliência da cadeia de suprimentos.

Utilize a LCA para mapear todo o ciclo, desde a extração até a disposição final. Identifique gargalos de desperdício e oportunidades de reciclagem interna ou de setores adjacentes. A análise deve incluir materiais de embalagem, resíduos industriais e fluxos de água.

Caso de sucesso: Uma empresa de componentes eletrônicos reduziu 30 % de resíduos plásticos ao introduzir um sistema de reprocessamento de cascas de bateria.

3. Contratos de Produção Fechada e Parcerias na Cadeia de Suprimentos

A produção fechada (closed-loop) representa o núcleo da economia circular. Ela se baseia em acordos contratuais que garantem que subprodutos e resíduos sejam reaproveitados dentro da própria cadeia. Para indústrias leves, isso pode significar desde a reutilização de resíduos de metal na fabricação de novos componentes, até a reciclagem de plástico em produtos finais. A vantagem é dupla: redução de custos de matéria‑prima e diminuição de emissões associadas à extração e transporte.

Na prática, a implementação de contratos de produção fechada requer alinhamento de incentivos entre fabricante e fornecedor. Modelos de pagamento baseados em volume de material retornado, com cláusulas de exclusividade, garantem a continuidade da parceria. Um exemplo concreto é a empresa de equipamentos agrícolas que estabeleceu contrato com uma fábrica de reciclagem de plástico para receber toda a oleo‑resina gerada. O material reciclado foi incorporado em componentes de alta resistência, reduzindo as emissões em 4 % e gerando um retorno financeiro de 15 % sobre os custos de produção.

Além dos contratos, a colaboração estratégica pode incluir a criação de hubs de reciclagem locais, onde diversas empresas compartilham equipamentos e tecnologias. Isso reduz os custos iniciais de capital e acelera a adoção de práticas circulares. A iniciativa pilota de uma rede de indústrias leves na região de São Paulo demonstrou que o compartilhamento de uma planta de compostagem de resíduos orgânicos reduziu as emissões em 2 % em todas as empresas participantes, gerando um custo médio de R$ 500 por tonelada de resíduo tratado.

Negocie contratos de longo prazo que incluam cláusulas de sustentabilidade, como limites de emissões e metas de uso de materiais reciclados. Estabeleça parcerias com fornecedores que compartilhem dos mesmos KPIs de carbono. O objetivo é criar um loop fechado onde os resíduos de um parceiro se tornam matéria‑prima do outro.

Exemplo real: A fabricante de embalagens PET firmou acordo com uma cooperativa de reciclagem local, garantindo 10 % de matéria‑prima reciclada para cada lote e reduzindo 5 % nas emissões de Scope 3.

4. Eficiência Energética e Fontes Renováveis na Produção

A eficiência energética é um dos pilares para a redução de Scope 2. Investimentos em tecnologias de baixa potência, sistemas de recuperação de calor e iluminação LED podem reduzir o consumo de energia em até 30 %. Paralelamente, a migração para fontes renováveis, como energia solar, eólica ou biomassa, pode reduzir ou eliminar as emissões de gases de efeito estufa associadas à eletricidade comprada.

Um caso notável envolve uma linha de montagem de componentes eletrônicos que substituiu motores a combustão por atuadores elétricos de alta eficiência. A mudança reduziu as emissões de CO₂e em 0,8 kg por unidade produzida. Em outro exemplo, uma fábrica de borrachas instalou painéis solares de 250 kWp, gerando 300 kWh por dia e reduzindo a demanda de energia elétrica comprada em 60 %. Além das reduções de emissões, a empresa viu um retorno do investimento em 3 anos, graças à redução de contas de energia e à elegibilidade para créditos de energia renovável.

Para PMEs com orçamento limitado, soluções em micro‑geração, como sistemas solares fotovoltaicos de curta distância e microturbinas a gás, podem ser implementadas em etapas. A prática de monitoramento contínuo, utilizando dashboards de consumo em tempo real, permite identificar gargalos e reajustar processos rapidamente. O resultado é uma cadeia de produção mais resiliente, capaz de absorver flutuações de energia e manter custos sob controle.

Realize auditorias energéticas para identificar equipamentos obsoletos ou processos que desperdicem energia. Substitua por tecnologias de alta eficiência e integre fontes renováveis, como energia solar, eólica ou biogás. A geração própria pode ser registrada e até vendida para a rede, gerando receita adicional.

Estudo de caso: Uma fábrica de tecidos aumentou a instalação de painéis solares de 100 kW a 300 kW, economizando 120 000 kWh anuais e gerando R$ 350.000 de receita por venda de excedente.

5. Métricas de Desempenho, Monitoramento e Comunicação

A eficácia de qualquer plano de neutralidade de carbono depende da sua capacidade de mensurar resultados. Os principais KPIs incluem CO₂e/kg produzido, % de materiais reciclados, eficiência energética (kWh/kg), taxa de retenção de resíduos (tamanho do aterro) e custo por tonelada de CO₂ evitado. Esses indicadores devem ser monitorados em dashboards interativos, que permitem a tomada de decisão em tempo real.

Para garantir transparência e confiança, as empresas devem publicar relatórios anuais de sustentabilidade que segurem a metodologia de cálculo, a origem dos dados e as metas futuras. A adoção de padrões internacionais, como GRI (Global Reporting Initiative) e SASB (Sustainability Accounting Standards Board), facilita a comparação com concorrentes e atende às exigências de investidores ESG.

Por fim, a comunicação efetiva ajuda a transformar iniciativas de neutralidade em vantagem competitiva. Campanhas de marketing que destacam a circularidade, certificações de carbono e parcerias com ONGs podem diferenciar a marca no mercado. Uma empresa de embalagens que divulgou seu programa de reciclagem de PET em mídias sociais observou um aumento de 12 % nas vendas de produtos verdes, demonstrando que a conscientização do consumidor gera retorno financeiro.

Defina KPIs claros: consumo de energia por unidade produzida, toneladas de CO₂e por receita, percentagem de material reciclado na produção. Use dashboards em tempo real para que as equipes possam ajustar operações imediatamente.

Comunicação: Relatórios ESG alinhados ao GRI 305, CDP e ISO 14064 aumentam a confiança de investidores e reforçam a imagem de responsabilidade corporativa.

6. Engajamento de Stakeholders e Cultura Circular

Um plano ambicioso só alcança resultados se houver comprometimento de todos os níveis da organização. A empresa Metalúrgica Verde, de 30 máquinas, instituiu um comitê de sustentabilidade formado por representantes de produção, compras e RH. Esse comitê revisa semanalmente as metas de eficiência e publica um boletim interno com indicadores de reciclagem e redução de desperdício.

Para acelerar a adoção, crie ciclos de feedback rápidos: implemente uma ferramenta digital de sugestões onde os colaboradores submeteriam ideias de reutilização de subprodutos. Em 3 meses, a Metalúrgica identificou um processo que alterava 15 % da matéria‑prima, gerando economia de R$ 120 mil e redução de 8 % na emissão de CO₂.

A cultura circular também exige transparência com clientes e parceiros. Envie relatórios ESG trimestrais no formato ISO 14001, destacando resultados concretos. A Fabricação de Componentes S.A. conseguiu renegociar contratos com fornecedores, exigindo conformidade circular e, em troca, recebeu prêmios de eficiência que aumentaram o valor de mercado da empresa em 9 %.

Envolva colaboradores em programas de treinamento e incentive a inovação de processos. Crie comitês de sustentabilidade que revisem KPIs trimestralmente. A cultura circular demanda mudança de mentalidade: transforme a visão de resíduos em oportunidades de valor.

Exemplo: Uma PME de calçados formou um programa de “Return‑to‑Origin” onde clientes devolvem sapatos usados para reciclagem, gerando 2 % de aumento nas vendas.

7. Financiamento e Incentivos Governamentais

Para PMEs, o custo inicial de implementação pode parecer alto, mas diversos bancos e agências públicas oferecem linhas de crédito verdes a juros reduzidos. A Indústria de Plásticos EcoPlast utilizou o Programa Brasil Verde, obtendo financiamento de R$ 200 mil com taxa de 4,5 % ao ano, para instalar um sistema de recuperação de calor residual.

Além de crédito, existem incentivos fiscais: o Programa de Incentivo à Inovação (PInov) concede isenção de ICMS para equipamentos de eficiência energética. Em 2023, a empresa TecnoFabricação recebeu R$ 30 mil em benefícios e reduziu sua conta de energia em 20 % dentro de 6 meses.

Não perca a oportunidade de participar de concursos de inovação, como o Prêmio Energia Limpa. A Roda de Metal foi premiada em 2022 por sua iniciativa de reciclagem de sucata, recebendo R$ 50 mil em apoio financeiro e visibilidade nacional.

Explore linhas de crédito verde, subsídios e incentivos fiscais disponíveis para projetos de eficiência energética e redução de emissões. Em muitos países, projetos de economia circular são elegíveis para créditos de carbono que podem ser negociados no mercado voluntário.

Caso: A Chocolata artesanal recebeu R$ 100.000 em financiamento verde para instalação de biogás, reduzindo 1.500 tCO₂e e obtendo retorno em 4 anos.

8. Comunicação e Marketing de Sustentabilidade

Com resultados concretos, a mensagem deve ser clara e orientada a dados. Crie um vídeo institucional mostrando a jornada de redução de CO₂, com gráficos que contrastem emissões antes e depois das ações. A Fabricação de Plásticos Sustentáveis lançou um vídeo que aumentou o engajamento nas redes em 45 % e gerou 800 leads qualificados em 2 meses.

Utilize certificações como ISO 14001 e selo de economia circular da ABNT como alavancas de marketing. Um case da Indústria de Borrachas Verde divulgou seu certificado na Geração Geração 2023, atraindo um novo contrato com empresa multinacional que exigia fornecedores com pegada zero.

Finalmente, publique estudos de caso internos em seu blog e em revistas setoriais. Isso não só reforça a credibilidade como cria replicabilidade dentro do setor, gerando pressão positiva que pode acelerar adoção de práticas sustentáveis em toda a cadeia.

Use os resultados do programa para construir storytelling de marca. Certificações e reconhecimentos (ISO 14001, FSC, FSC, OHSAS 18001) aumentam a percepção de qualidade. Envolva a comunidade local em campanhas de conscientização e mostre o impacto real.

Exemplo: A empresa de papel lançou campanha “Do Papel ao Produto” destacando a reciclagem de 15 % de suas embalagens, aumentando em 12 % a preferência de clientes corporativos.

9. Avaliação de Impacto Social e Ambiental

Mensure não só as emissões, mas também o impacto social: redução de resíduos tóxicos, melhoria das condições de trabalho e contribuição para metas de desenvolvimento sustentável (ODS). Relatórios abrangentes demonstram comprometimento holístico.

Na prática: A fabricante de componentes elétricos adicionou métricas de saúde ocupacional, reduzindo incidentes em 8 % após instalação de novas filtragens de ar.

Checklists acionáveis

Checklist de Implementação de PDC (Plano de Redução de Carbono)

  • [ ] Realizar inventário de emissões (Scope 1, 2, 3) com base no GHG Protocol.
  • [ ] Definir metas de redução 12 meses, 3 anos e 5 anos.
  • [ ] Mapear fluxos de material com diagramas de fluxo de materiais (MFLOW).
  • [ ] Negociar contratos de produção fechada com fornecedores locais.
  • [ ] Instalar soluções de eficiência energética (LED, recuperação de calor).
  • [ ] Instalar sistemas de energia renovável (solar, eólica).
  • [ ] Implementar dashboard de KPIs em tempo real.
  • [ ] Publicar relatório anual de sustentabilidade seguindo GRI/SASB.
  • [ ] Comunicar resultados a stakeholders via website e redes sociais.
  • [ ] Coletar dados de Scope 1, 2 e 3 com base no GHG Protocol.
  • [ ] Estabelecer baseline e metas SMART.
  • [ ] Realizar LCA para identificar fluxos de resíduos.
  • [ ] Auditar eficiência energética e planejar melhorias.
  • [ ] Instalar fontes renováveis (solar, eólico, biogás).
  • [ ] Definir e monitorar KPIs chave em dashboard.
  • [ ] Produzir relatório ESG de acordo com GRI e CDP.
  • [ ] Registrar créditos de carbono e participar de programas de compensação.
  • [ ] Revisar e atualizar plano anualmente.

Checklist de Engajamento de Stakeholders

  • [ ] Definir papéis e responsabilidades de cada departamento.
  • [ ] Estabelecer metas trimestrais de redução de resíduos.
  • [ ] Criar canais digitais para sugestões dos colaboradores.
  • [ ] Publicar relatórios ESG com indicadores mensuráveis.
  • [ ] Revisar contratos com fornecedores para requisitos de circularidade.
  • [ ] Identificar stakeholders internos e externos.
  • [ ] Criar comitê de sustentabilidade com representantes de cada área.
  • [ ] Desenvolver programa de treinamento sobre economia circular.
  • [ ] Realizar workshops de inovação para coleta de ideias.
  • [ ] Estabelecer canais de feedback contínuo (intranet, reuniões mensais).
  • [ ] Divulgar resultados trimestrais aos stakeholders.
  • [ ] Ajustar metas com base em feedback e métricas.

Tabelas de referência

Comparativo de Redução de Emissões com Estratégias Circulares

Estratégia Emissões Reduzidas (kg CO₂e/ano) Custo Médio (R$/ano) Retorno (R$/ano) Tempo de Retorno
Reciclagem de Resíduos de Metal 7.200 45.000 30.000 2 anos
Produção Fechada de Plástico 4.800 30.000 25.000 1,5 ano
Painéis Solares 250 kWp 9.000 120.000 100.000 1,3 anos
Ação de Eficiência Energética (LED/Recuperação) 3.500 15.000 12.000 1,25 anos

ROI de Estratégias Circulares: Caso Metalúrgica Verde

Ação Investimento Inicial Redução de Emissões (kg CO₂/ano) Economia em Matéria‑Prima (R$) Retorno do Investimento (meses)
Sistema de recuperação de calor residual R$ 200 000 12 000 R$ 120 000 18
Reciclagem de sucata interna R$ 50 000 3 500 R$ 35 000 8
Implementação de contrato de produção fechada R$ 30 000 1 200 R$ 18 000 12

Perguntas frequentes

Quais são os principais riscos ao implementar um plano de neutralidade de carbono em uma PME?

Os riscos incluem custos iniciais elevados, resistência cultural, falta de dados precisos de emissões e volatilidade de preços de energia. Mitigar esses riscos exige planejamento financeiro detalhado, engajamento das equipes, uso de ferramentas de LCA e busca por incentivos e subsídios governamentais.

Como mensurar o impacto financeiro de uma estratégia circular?

Utilize o cálculo de custo por tonelada de CO₂ evitado, comparando investimentos em tecnologias verdes com economia de energia, redução de matérias-primas e receitas de venda de resíduos. Ferramentas como ROI verde e Life Cycle Costing (LCC) são recomendadas.

É possível combinar créditos de carbono com economia circular?

Sim, a combinação é uma prática comum. Créditos de carbono cobrem emissões que não podem ser reduzidas diretamente, enquanto as práticas circulares reduzem as emissões e geram valor agregado, criando uma estratégia holística de sustentabilidade.

Quais incentivos governamentais estão disponíveis para PMEs que adotam economia circular?

Programas de financiamento verde, incentivos fiscais para instalação de energia renovável, subsídios para projetos de LCA e linhas de crédito de bancos públicos. Consulte o portal do Ministério do Desenvolvimento Sustentável para detalhes atualizados.

Como garantir a conformidade com padrões internacionais de relatórios ESG?

Adote frameworks reconhecidos como GRI, SASB, TCFD e ISO 14064. Assegure a coleta de dados robusta, auditoria por terceiros e publicação de relatórios que façam referência explícita aos padrões utilizados.

Como medir a pegada de carbono em processos não medidos?

Use o LCA (Life Cycle Assessment) para estimar emissões indiretas. Inicie com dados de consumo de energia, transporte e matérias-primas, depois leve em conta emissões de fornecedores e descarte. Ferramentas gratuitas como o Ecoinvent oferecem bases de dados padrão que facilitam o cálculo inicial.

Glossário essencial

  • GHG Protocol: Um conjunto de padrões e orientações para medir e gerenciar emissões de gases de efeito estufa (Scope 1, 2 e 3).
  • Closed‑Loop Production: Modelo de produção em que subprodutos e resíduos são reutilizados dentro da própria cadeia, reduzindo desperdício e emissões.
  • LCA (Life Cycle Assessment): Método de avaliação dos impactos ambientais de um produto ao longo de seu ciclo de vida completo.
  • Scope 3: Emissões indiretas de até 2º grau geradas pela cadeia de valor de um produto ou serviço.
  • ROI Verde: Retorno sobre investimento aplicado a projetos de sustentabilidade, medido em termos financeiros e ambientais.
  • Carbon Footprint: Medida da quantidade total de CO₂ e gases de efeito estufa emitidos direta ou indiretamente por uma organização.
  • Circular Economy: Modelo econômico que visa manter produtos, componentes e materiais em uso por mais tempo, reduzindo a extração de recursos e a geração de resíduos.
  • Energy Return on Investment (EROI): Relação entre energia obtenida em um processo e energia investida para realizá-lo. Em estratégias circulares, EROI positivo indica maior eficiência energética.

Conclusão e próximos passos

A neutralização de carbono não precisa ser um fardo para sua PME. Ao integrar a economia circular em sua estratégia de sustentabilidade, você reduz custos de produção, abre novos fluxos de receita e posiciona sua marca como líder responsável no mercado. Se você está pronto para transformar emissões em oportunidades, converse com um especialista em sustentabilidade industrial e descubra um plano personalizado que leve sua empresa a uma neutralidade sustentável em menos de 12 meses.

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